sexta-feira, 20 de julho de 2012

RAMA

RÃMA: disse:
«Senhor, como podemos deter a roda da ilusão , que, com a sua rápida rotação, mói cada pedaço do nosso corpo?»

Vasiṣṭha disse:
«Sabe, Rāma, que o mundo, com seu percurso circular, é a grande roda; e o coração humano é o seu eixo, o qual, devido à contínua rotação, produz toda esta ilusão dentro da sua circunferência. Se, com o teu esforço valente fores capaz de parar esse movimento no teu coração, deterás ao mesmo tempo a rotação da órbita da ilusão.
A alma que descuida este conselho expõe-se a uma miséria infindável, enquanto se o mantiver sempre presente no seu espírito, evitará todas as dificuldades deste mundo.
O mundo está na alma como o ar contido num recipiente, e tu és o prisioneiro contínuo desse mundo mental imaginário que é o teu; tal como uma mosca encerrada dentro do recipiente, não conseguirás libertar-te, se não te escapares desse cárcere, tal como a mosca só voando para o ar livre.
O meio para te desembaraçares dessa ilusão da alma, será de fixares a atenção no momento presente e evitar que os teus pensamentos se dirijam para actos passados, ou futuros. A alma encontra-se toldada enquanto a névoa dos desejos e caprichos a envolva, como o céu coberto de nuvens.
Quando se produz uma actividade na alma, ela vê-se inevitavelmente acompanhada por um cortejo de desejos, assim como do sentido do prazer e do sofrimento; sentimentos e paixões formam a sua escolta, tal como os corvos rodopiam à volta de um vulcão extinto.
As almas dos sábios não sentem falta da actividade, mas, como conhecem a vaidade das coisas terrenas, carecem sim, desses sentimentos que enganam.

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